Atualmente, cerca de 60 países contam com sistemas de pagamentos imediatos (SPI) nos quais seus bancos centrais desempenham um papel essencial. Na América Latina, os SPI estão em constante evolução e desenvolvimento. Alguns países já implementaram com sucesso o SPI, como o PIX no Brasil, enquanto outros estão em processo de implementação, como a Colômbia.
Em geral, os Sistemas de Pagos Inmediatos nos diferentes países têm objetivos macros em comum: gerar acesso universal ou aumento da população bancarizada; unificar o mercado por meio da interoperabilidade; aumentar a aceitação de pagamentos digitais para pessoas físicas e jurídicas; diversificar o uso de instrumentos financeiros; e diminuir o uso do real.
Com relação às características específicas, todos também têm elementos em comum: imediato e 24 horas por dia, 7 dias por semana, interoperável, custo eficiente, seguro e escalável.
No entanto, os desafios que os SPI enfrentam são a segurança, a comunicação e a educação sobre como usar esse instrumento. Dar confiança ao usuário, comunicar os benefícios e ensinar as funções de um SPI são peças fundamentais para a pronta adaptação na população.
Desde a Sensedia, realizamos uma radiografia dos SPI na região para saber como avança cada iniciativa e o que se espera para o futuro.
Descarga nuestro Ebook: 📘 De Open Banking a Open Finance: https://content.sensedia.com/es/deopenbankingaopenfinance-0
Brasil - PIX
O sistema de pagamentos imediatos no Brasil, o PIX, é o mais recente na região. Desde seu lançamento em 2020, ele se converteu em um dos métodos de pagamento favoritos e já 137 milhões de contas realizaram pelo menos uma transação. As transferências podem ser feitas entre mais de 800 instituições bancárias avaliadas pelo Banco Central e podem ser realizadas por qualquer pessoa ou empresa que tenha uma conta corrente, uma conta de poupança ou uma conta de pagamento pré-pago. Graças ao PIX, 45 milhões de brasileiros fizeram sua primeira transação digital. Seu sucesso se baseia em uma boa campanha de educação de cara para o usuário, na rápida adoção dos atores do setor financeiro e na adoção de seu uso como meio de pagamento de pequenas empresas.
Argentina - Transferências 3.0
O Banco Central lançou o Transferências 3.0 no final de 2020, que, com qualquer boleto virtual ou aplicativo de banco, pode ler qualquer código QR e realizar de forma rápida e fácil pagamentos com transferência. O sistema exige interoperabilidade, mas houve resistência por parte de alguns boletos e também houve dúvidas sobre a experiência do usuário. Em 2020, os boletos virtuais contabilizaram um total de cerca de 6,5 milhões de usuários e, em dezembro de 2022, a Argentina tinha mais de 330 empresas de fintech, das quais 132 eram de pagamentos digitais (boletos, agregadores, gateways, remessas).
México- CoDi
A CoDi, iniciada em setembro de 2019, é uma plataforma desenvolvida pelo Banco do México para facilitar as transações de pagamento e cobrança por meio de transferências eletrônicas. Utiliza a tecnologia dos códigos QR e NFC, para facilitar que tanto os comerciantes quanto os usuários possam realizar transações sem dinheiro de forma efetiva. Desde sua implementação até o final de 2021, foram alcançados 12 milhões de cuentas validadas, das quais 770 mil realizaram pelo menos um pagamento e 616 mil pelo menos uma moeda. No final do mesmo ano, foram registrados 3,6 milhões de operações e 400 estabelecimentos comerciais se inscreveram no CoDi. Nesse caso, a adoção não foi tão massiva, aparentemente, pela complexidade da plataforma, o que dificulta a experiência do usuário.
El Salvador - Transfer365
A Transfer365 estreou no mercado salvadorenho em junho de 2021. O Banco Central de El Salvador informou que, em quase dois anos, foram realizadas mais de 14,13 milhões de operações e já participam 26 instituições do sistema, entre bancos e cooperativas. Por meio de uma pesquisa, descobriram que 91% das pessoas preferem realizar pagamentos por meio de transferências eletrônicas e 89% conhecem o serviço da Transfer365.
Colômbia - Em processo
Embora existam várias iniciativas de Sistemas de Pagos Inmediatos como o Transfiya, que opera em 17 bancos, o Banco da República iniciou o projeto do SIP de forma conjunta com o setor. A meta do Emisor é encerrar 2023 com a contratação do provedor do SIP e um plano de implementação definido. A entidade prevê o lançamento do SIP, depois a ampliação da oferta de pagamentos transfronterizos e, posteriormente, a revisão sobre a conveniência de emitir uma moeda digital.
Peru - Interoperabilidade de boletos digitais
A interoperabilidade entre as carteiras digitais começou em abril deste ano, com as transferências entre Yape e Plin, as duas maiores carteiras, utilizando o número do celular. O restante das carteiras eletrônicas deverá permitir os serviços de pagamentos interoperáveis em junho deste ano. De acordo com a Associação de Bancos, há 23,5 milhões de usuários de carteiras digitais no país.
Chile - Em processo
O Banco Central do Chile publicou um novo regulamento que autoriza a criação e regulamenta o funcionamento de Câmaras de Compensação para Pagamentos de Baixo Valor.
Bolívia - QR BCB
Os pagamentos QR BCB Bolivia são um esquema desenvolvido pelo Banco Central para facilitar as transferências de fundos com a premissa de integrar todo o sistema financeiro utilizando um QR estandarizado. O sistema foi lançado em 2022.